A missa presidida pelo bispo auxiliar de Aparecida (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Darci José Nicioli, deu início ao segundo dia de atividades do 9º Mutirão de Comunicação, Muticom, realizado em Vitória (ES) até amanhã,. 18 de julho. Concelebraram os demais bispos, padres e seminaristas do Seminário Nossa Senhora da Penha, da arquidiocese de Vitória.
Em sua homilia, dom Darci ressaltou o papel dos comunicadores, que devem seguir o exemplo de Nossa Senhora: “apresentar Jesus Cristo, combater o bom combate”, disse.
Dom Darci sugeriu que os comunicadores católicos aproximem-se das inquietações da sociedade e defendeu que a Igreja deve passar de uma pastoral centrada em conteúdo para uma pastoral voltada às necessidades das pessoas.
Ao falar sobre a autenticidade do papa Francisco, o bispo pediu a promoção de uma pastoral do testemunho. Para ele, o anúncio deve ser feito a partir da vivência do comunicador. “Que a nossa comunicação esteja a serviço da cultura do encontro com Deus, com os outros e com nós mesmos para sermos testemunhos”, exortou.
Ética, o indivíduo e a religião
O encontro recebeu ontem, 16, a participação da comitiva alemã, com a presença do presidente da Comissão de Comunicação da Conferência Episcopal Alemã (Adveniat), dom Gebhard Fürst, que falou sobre “Internet e Redes Sociais”.
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a professora Elizabeth Barros abordou “A comunicação social e a construção ética do indivíduo”. De acordo com a professora, pela realidade ser mais abrangente do que é possível visualizar, faz-se necessário pensamentos críticos e a desconstrução dos modos naturalizados de pensar a comunicação. Assim, ela acredita que é preciso construir um plano comum em que exista a possibilidade de estar, partilhar e ouvir o que o outro tem a dizer.
“Essa partilha deve nos tirar do lugar, provocar o conflito, para que novas subjetividades sejam criadas. Falo de uma comunicação midiática, que é aquela feita por processos comunicativos por contágio, que se dão através dos movimentos sociais e populares”, defendeu.
Mais voltado ao aspecto religioso, o bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), dom Leomar Brustolin, tratou do tema “A era da desintermediação: o senso religioso contemporâneo” e destacou a necessidade da vida em comunidade, com ligações de reciprocidade e gratuidade, visto que a “desintermediação é o atalho que dispensa instituições, normas ou líderes e não agrega pessoas em um lugar comum”.
Durante a tarde, os participantes reuniram-se em Grupos de Trabalho para a troca de experiências.
Com informações do Muticom e da arquidiocese de Vitória